chewy gWzTum yMCg unsplash A chegada de um novo cão a casa

Ao decidir adotar um cão deve sempre ponderar e nunca tomar esta decisão de ânimo leve. Pode decidir adotar porque vê uma fotografia de um cão amoroso, nas redes sociais, ou vê a ninhada que a cadela de um dos seus amigos teve, ou ainda porque um dos seus filhos implora, até à exaustão, o alargamento da família e a chegada de um novo cão a casa. 🐶

Contudo, antes de tomar qualquer decisão precipitada, deve ter em atenção alguns pontos importantes:

  • Tem espaço físico suficiente para o patudo, sem prejudicar as suas próprias necessidades?
  • Tem tempo para ter passeios prolongados, todos os dias, e disponibilidade para brincar com ele? Ou alguém da sua família tem?
  • Tem consciência que todas as rotinas diárias vão ser alteradas?
  • Há a possibilidade de que eles possam estragar alguma mobília, alguns objetos pessoais ou até a própria casa e está disposto a reparar esses estragos?
  • Percebe que o patudo tem que ter uma alimentação adequada e cuidados médicos sempre que ele precisar?
  • Durante o período de férias tem que ter uma solução sem se prejudicar a si e ao seu animal?
  • Está disposto a integrar o seu animal em todas as atividades em família? Sem prejudicar o animal e as atividades?
  • Entende que terá que ter muita paciência para educar o seu novo patudo? Está disposto a informar-se e a aprender tudo o que seja necessário para se tornar um bom tutor?

Se respondeu sim a todas as questões anteriores, então parabéns!😊 Está pronto para adotar um patudo. A partir de agora, tem que ajudá-lo a adaptar-se a esta nova realidade.

O desejo de qualquer tutor é que o seu novo patudo se adapte bem ao ambiente, às rotinas, aos outros membros da família e, mais importante ainda, é que ele seja feliz na sua nova casa!

Algumas das dicas que apresentamos podem ajudar neste processo, tornando-o num momento muito especial para a sua família e para o patudo!

Adaptação da casa para o novo cão

Antes do cão chegar, já deve ter a sua casa preparada para o receber da melhor forma possível. Compre tudo o que o seu novo cão necessita: cama, comedouro/bebedouro, brinquedos, tapete higiénico, snacks, coleira, etc. Depois, defina os locais onde ele vai dormir, comer, fazer as necessidades, etc. Lembre-se que o cão não gosta de comer e dormir no mesmo sítio onde faz as suas necessidades!

Se tiver outros animais em casa, aconselhamos que eles não partilhem: cama, comedouro/bebedouro, brinquedos, coleiras, etc. Se cada um deles tiver as suas coisas, a chance de lutarem entre si é muito menor.

Caso seja o seu primeiro animal, observe a sua casa e remova tudo o que representa um risco para a saúde do seu cão. Por exemplo: produtos de higiene e limpezas, plantas que sejam tóxicas, objetos afiados e cortantes, varandas desprotegidas com a possibilidade de o animal cair (principalmente se for um apartamento), etc.

Tire tudo o que esteja ao alcance do cão e que não quer que ele estrague. Caso tenha uma zona exterior, pense em formas de limitar o acesso do animal às partes perigosas (piscinas, arbustos, buracos na vedação, plantas, escadas, etc.), pois é a primeira vez que ele vai para este local e vai querer cheirar e aventurar-se por todos os cantos a que tiver acesso.

A chegada de um novo cão a casa

Antes de levar um cão para casa visite-o se possível. Observe-o e interaja com ele, sempre com calma para não o assustar, pois atitudes neutras acalmam sempre um cão que está excitado e em stress. Caso seja um cão muito tímido, respeite o espaço dele e nunca tente agarrá-lo à força, espere que ele venha ter consigo, faça festas calmamente e no final dê-lhe um miminho.

Quando o for buscar que seja num dia em que possa ficar em casa, para o poder ajudar a ambientar-se, calmamente, à casa. Caso seja um animal abandonado, pode estar traumatizado, inseguro, desconfiado e muito receoso, precisa de encontrar estratégias de uma maneira a não o assustar.

Quando ele chegar mostre tudo muito calmamente e evite bombardeá-lo com atividades/experiências novas. Mantenha-o num local sossegado e sem grande atividade para ele poder adaptar-se gradualmente ao espaço. Mantenha uma certa distância e se ele for ter consigo compense-o com um miminho de maneira calma. Comece a brincar com ele, para o incentivar a andar pelo local, sem excessos e sem o forçar a nada. Se ele ficar muito excitado, não retribua o entusiasmo, continue a falar de maneira neutra e baixa, retomando as brincadeiras só quando ele se acalmar. Se, pelo contrário, ele ficar assustado, dê-lhe tempo e espaço para ele se acalmar, incentive-o a ir ter consigo com miminhos e palavras doces.

Possivelmente o cachorrinho vai chorar nos primeiros dias na casa nova, mas isso passa assim que ele se acostumar à nova casa/família. Aconselhamos, durante a noite, a deixar ao lado dele uma garrafa de água morna, assim ele sentirá como se estivesse ao lado da mãe.

Adaptação com crianças e com outros animais

Se houver crianças/animais em casa, é preciso tomar alguns cuidados ao levar o patudo para casa.

Alguns patudos podem ter mais dificuldade para interagir com a nova família, enquanto que outros se adaptam logo a esta nova realidade.

Com as crianças comece primeiro por ensina-la como é que ela deve brincar com o cão sem o aleijar ou assustar/irritar. Explique que ela não deve bater, nem puxar os pelos dele, nem a cauda. Avise ainda que ela não o deve incomodar enquanto come ou dorme. O ideal é que a criança não ande atrás do patudinho pela casa, mas que espere que ele vá ter com ela.

Quando eles estão juntos, nas primeiras vezes, é importante que um adulto esteja sempre por perto a supervisionar a interação deles, evitando assim acidentes.

Se já houver um outro cão em casa deve observar o temperamento dele. Se ele realizou uma boa sociabilização quando era cachorro, ou até mesmo depois de adulto, provavelmente ele não terá grandes problemas em receber e conviver com outro animal em casa, seja de que espécie for. Contudo, se ele é muito territorial, dominante, medroso ou agressivo, é preciso ficar atento para evitar problemas.

Alimentação

A chegada de um novo cão a casa

Normalmente as embalagens já vêm com informações relevantes, como a indicação da raça, idade e porte. Mas mesmo que os tutores saibam estas informações, devem ir sempre a um veterinário!

Cada cão tem necessidades específicas que vão variando com o seu estado de saúde e com o estilo de vida. Por isso, antes de fazer qualquer mudança alimentar, é importante que fale com o veterinário do seu novo animal.

Nunca dê enormes quantidades de comida ao seu cão, tenha em atenção as doses de comida em conformidade com o tamanho e idade, pois, futuramente, podem ter problemas muito graves que irão afetar a saúde do patudo. O veterinário irá orientá-la em relação às quantidades a dar.

Os cães devem ter regras duras em relação à comida, pois é um erro clássico que pode prejudicar a saúde do seu animal. Os cachorrinhos podem aprender tudo com o incentivo da comida, por isso, jamais perca a oportunidade de ensinar coisas novas enquanto eles estão a comer. Use as doses do dia para potenciar comportamentos positivos, como sentar, ficar, esperar e vir quando é chamado. A comida também pode ser uma ótima motivação para o cão se adaptar aos acessórios e ferramentas que vai usar ao longo da vida, como coleiras e guias, caixa de transporte, entre outros, por isso, promova esses momentos e faça de cada refeição uma lição.

Não se esqueça que há alimentos completamente proibidos, devido à sua toxicidade para a fisiologia canina. É o caso do chocolate, assim como do picante. Uvas, passas, cebola e alho estão também entre os alimentos tóxicos. Pode ver no nosso blog “Alimentos proibidos para o seu animal de estimação”

Primeiras noites

Com um novo cão as primeiras noites podem ser traumatizantes para ele e para os tutores. Antes de ele ser levado para casa, o tutor deve decidir em que sítio é que ele deve ficar a dormir e depois de tomada a decisão, esta deve ser respeitada, sem exceção! Não deve ceder ou porque é a primeira noite ou porque ainda é bebé, levando-o para a sua cama, ou ficar a dormir com ele no sofá. Depois será ainda mais difícil isolá-lo nos dias seguintes. Mantenha-se firme na sua decisão!

Pode tentar alguns truques para que o patudo se sinta mais confortável e tenha uma boa noite de sono, tais como um snack, ou uma refeição ligeira. Por se sentir só, irá, muito provavelmente, ladrar ou chorar para atrair a sua companhia e é exatamente nestes momentos que não o deve visitar! Logicamente, a sua tentativa será a de o acalmar e fazer com que ele vá dormir, mas ele entenderá que foi bem-sucedido no seu ruidoso apelo e, portanto, manterá este comportamento sempre que quiser companhia. Se o fizer estará simplesmente a incentivar esse comportamento e na noite seguinte será muito pior. Se se sentir preocupado com a segurança dele, pode visitá-lo, mas sempre e só quando este estiver sossegado. Desta forma, ele entenderá que só o irá visitar quando o seu comportamento for oposto à vocalização ou o arranhar a porta. Se se mantiver calmo e sossegado, algo de bom acontece. Se estiver agitado e ruidoso, nada acontece!

Ida ao veterinário

Vá ao veterinário nos dias seguintes à adoção, para colocar todas as suas dúvidas relativamente a problemas de saúde, comportamentos, aprendizagem e definir um programa de desparasitações e de vacinas, adequado ao local onde vive e à idade do cão.  Enquanto o cachorro não terminar o programa vacinal prescrito pelo veterinário, promova encontros com amigos e familiares que tenham cães vacinados, para contribuir também desta forma para a sua socialização. 

Não o feche em casa! No início, a sociabilização é uma das etapas mais importantes para o cão.  Como resultado negativos há cães adultos com medos e fobias de tudo o que seja novo. Portanto, tente encontrar um meio termo entre o “não dever sair” por causa das doenças físicas e o “ter que socializar”. Leve-o a todo o lado em que o risco seja mínimo.  Leve-o de carro quando for levar e buscar as crianças à escola, vá visitar com ele amigos ou familiares com jardim fechado, entre outras opções.

Tenha sempre o seu boletim atualizado e torne as idas ao veterinário o mais divertido e agradável possível! Aconselhamos a que após a ida à clínica vá fazer a atividade preferida dele, para que o patudo associe as idas ao veterinário algo bom e recompensador. 🌞

A chegada de um novo cão a casa

Esperamos ter ajudado a adaptar o seu patudo na nova família! A adaptação a um novo cão pode não ser um processo fácil e é bom que tenha essa consciência, no entanto, o amor e carinho que nos passam é das sensações mais incríveis que podemos ter!

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