Cão na praia ao pôr-do-sol

O calor está a chegar!! Mas já conhece os cuidados a ter com o seu animal de estimação no verão? 🌞

Sabia que os animais têm uma forma de regular a sua temperatura bastante diferente de nós? Enquanto os seres humanos transpiram para baixar a temperatura corporal, os cães e os gatos não têm essa capacidade, sofrendo bastante com o calor excessivo do verão.  Assim sendo, eles necessitam de cuidados especiais e muita atenção por parte dos seus donos. Questões como hidratação, passeios, banhos e parasitas merecem uma atenção redobrada nos dias mais quentes. 

A maioria de nós adora o verão, estar ao ar livre e usufruir do bom tempo. Os animais não são exceção, no entanto, com o calor vêm também alguns perigos. Conheça alguns cuidados a ter e algumas dicas que o irão ajudar a proteger o seu companheiro de 4 patas permitindo-lhe usufruir do bom tempo em segurança!!

LUGARES QUENTES E EXPOSIÇÃO SOLAR

Quem tem animais em casa já deve estar farto de ouvir esta dica, mas é sempre bom relembrar que passear com o seu animal de estimação nos horários mais quentes do dia pode causar-lhe lesões nas patas e na pele. O ideal será levá-lo a passear antes das 10h00 ou após as 18h00, evitando desta forma o sol mais quente. Ao evitar estes horários estará a proteger o seu animal de possíveis golpes de calor e as suas patinhas de queimaduras.

Assim como nós, também os animais podem sofrer insolações e desenvolver problemas relacionados com o calor. Prefira passear com o seu companheiro quando o sol está menos quente e troque os passeios em estrada, pavimento ou calçada, que têm tendência a reter mais calor e atingir elevadas temperaturas, por passeios em parques ou jardins com relva. Não se esqueça que é essencial proteger as “almofadas” do seu patudo pois são elas que lhe garantem a locomoção e que mantêm uma temperatura homogénea do corpo.

A melhor forma de verificar se o chão não está demasiado quente é pousar cuidadosamente a sua mão sobre o mesmo. Se não conseguir manter a mão no chão durante algum tempo, é sinal de que está demasiado quente para o seu animal. Se for esse o caso, o melhor será adiar o passeio para mais tarde. 

Nunca deixe o seu patudo num lugar quente e abafado. O seu cão, tal como você pode sofrer um golpe de calor. Nos cães esta patologia pode desenvolver-se muito rapidamente caso sejam expostos a elevadas temperaturas, humidade ou espaços com fraca ventilação, em casos extremos poderá até causar a morte. O ideal é mantê-lo em locais arejados e de preferência com pisos frios. Caso identifique qualquer dos seguintes sintomas procure um médico veterinário. 

SINAIS DE ALERTA:

  • Respiração ofegante;
  • Expressão parada ou de ansiedade;
  • Cansaço e falha a responder a comandos;
  • Pele quente e seca ou temperatura da pele demasiado elevada;
  • Saliva excessiva e desidratação;
  • Batimento cardíaco acelerado e colapso. 

QUEIMADURAS SOLARES

Muitas pessoas acham que o facto de os animais terem pêlo os protege contra as queimaduras solares, mas este é outro dos perigos para os quais devemos estar atentos!! Eles podem mesmo apanhar um escaldão ou uma insolação, especialmente nos casos em que a pelagem é mais leve e fina. 

Existem mesmo animais que não têm pêlo em algumas partes do corpo, podendo estas facilmente ficar queimadas ao ser expostas ao sol. Os principais locais que precisam de proteção são as orelhas e o focinho. E, se acha que não existe protetor solar para animais desengane-se, há produtos específicos para proteger os nossos amigos de 4 patas dos perigos do sol. 

HIDRATAÇÃO

Assim como os seres humanos, os cães e os gatos precisam de ingerir mais líquidos nesta época do ano, em especial água. A recomendação é oferecer água a cada 15 ou 20 minutos durante um passeio. Espalhar taças com água fresca e limpa pela casa também poderá ser uma ótima solução para ajudar o seu animal a manter-se hidratado. 

VENTILADORES E AR CONDICIONADO

Especialistas recomendam aos donos que não coloquem os animais a receber ar frio diretamente dos ventiladores. Por mais que o objetivo seja apenas aliviar o calor dos patudos, dependendo da raça eles podem mesmo vir a ter tosse canina, uma infeção das vias respiratórias. 

BANHOS E TOSQUIAS 

Nos períodos mais quentes, o aconselhável é aumentar a frequência dos banhos do seu patudo para pelo menos uma vez por semana. Esta até poderá ser uma ótima forma de se divertirem juntos ou mesmo em família. Afinal, quem resiste a um belo banho de mangueira no verão? 

Esta solução para os dias de maior calor poderá proporcionar ao seu animal de estimação alívio e diversão em simultâneo. Acredite, no final ele vai agradecer! 🌞🐶

Durante o banho é essencial que utilize produtos específicos, como champôs e condicionadores terapêuticos, que mantenham a pele do seu amigo de 4 patas saudável e hidratada. A secagem também deverá ser completa, já que a humidade dos pêlos pode contribuir para o aparecimento de parasitas. Se o banho for em casa, utilize um secador para que o pêlo fique completamente seco, mas cuidado para manter o aparelho longe da pele do animal durante o uso, pois o ar quente pode provocar queimaduras. 

Outro dos aspetos a ter em atenção está relacionado com o pêlo do seu animal. Se ele tem o pêlo espesso ou comprido, a tosquia e escovagem também serão essenciais para a diminuição do calor. 

ATENÇÃO AOS PARASITAS 

Durante o verão há um conjunto de perigos sazonais a que deve estar atento. Em primeiro lugar os parasitas, que existem em maior número nesta altura do ano. O calor contribui para o aparecimento e reprodução de parasitas internos e externos, por isso é essencial que a desparasitação esteja em dia. 

Para além de pulgas e carraças, nesta época do ano deverá ser dada especial atenção ao verme do coração, que é transmitido aos cães por um mosquito que se reproduz mais na presença de calor e humidade, clima típico do verão.  

O nosso conselho é que garanta que o seu patudo está protegido contra estes parasitas, através do recurso a diferentes tratamentos que existem no mercado, tais como coleiras, champôs, pipetas, sprays e comprimidos. 

Caso o animal apresente vómitos, comichão, apatia ou diarreia, deverá mesmo consultar o seu médico veterinário. Mas o ideal será marcar uma consulta de rotina para que em conjunto definam o tratamento mais adequado para o seu cão antes que surja qualquer problema.

CUIDADOS REDOBRADOS COM AS PRAGANAS 

Nunca é demais alertar e falar sobre este assunto. Até porque continuam a existir donos que não sabem o que é nem o mal que podem causar ao seu patudo.  Com o bom tempo a chegar, a temperatura a subir e as ervas a secar, inicia-se a época da pragana. 🌾

As praganas são pequenas espigas que se formam em algumas ervas silvestres e que se separam facilmente dos seus caules, agarrando-se ao pêlo dos animais. O facto de possuírem pequenas espículas, permite-lhes progredir sempre na mesma direção, o que dificulta a sua remoção.  

Pois é, estas ervinhas, também conhecidas como “serugas” no Alentejo, devido às suas características físicas, quando se agarram dificilmente caem, e só avançam, nunca recuam. A maioria não tem noção, mas estas sementes, uma vez alojadas abrem caminho para a frente, furam pele, músculo, causam abcessos e migram pelos tecidos sendo um verdadeiro flagelo para os animais, causando mesmo sérios danos. Elas literalmente enfiam-se em todo o lado e chegam a ser bastante difíceis de detetar.

As praganas podem penetrar o canal auditivo, com risco de rotura de tímpano e alojamento a nível do sistema nervoso central, entrar pelas narinas, desencadeando espirros e até hemorragia nasal, ou simplesmente alojar-se no olho, provocando dor/conjuntivite e, em casos extremos úlceras. 

O melhor para protegermos os nossos amigos é saber reconhecê-las e evitar passear os nossos amigos nestes espaços. Evite zonas de pasto alto e fiscalize o seu patudo diariamente, escovando e verificando entre os dedos, orelhas e axilas. Nos cães de pêlo longo o melhor é a tosquia, quanto menos pêlo houver, menos elas se conseguirão agarrar.  

SINAIS DE ALERTA: 

  • Quando se alojam no ouvido: dor aguda, sacudir a cabeça, coçar o ouvido, inclinar cabeça para o lado afetado, roçar o ouvido pelo chão;
  • Quando se alojam nas patas: desconforto a nível dos dedos (frequentemente na região interdigital), lambedura exagerada, eritema (vermelhidão), coxear e dor ao toque;
  • Quando ingeridas: engasgo/vómito/tosse/prostração após ingestão;
  • Quando se alojam no globo ocular: desconforto/dor ocular, olho fechado e a lacrimejar, esfregar/coçar olho.

Por isso já sabem, se depois de andar nas ervas, surgirem conjuntivites, otites súbitas ou espirros incessantes, o melhor será desconfiar e consultar um veterinário!! Ele será o vosso melhor amigo na deteção de praganas, uma sedação pode salvar um tímpano e poupar meses de tratamentos! 

FÉRIAS OU PASSEIOS AO AR LIVRE 

Se está a planear um dia ao ar livre ou participar em algum evento com o seu cão, antes de ir avalie se o local e o ambiente são adequados para o animal. Cada cão é único e tem necessidades específicas mas logo à partida deverá garantir que ele tenha sempre água fresca e limpa disponível, alimentação e um espaço tranquilo e à sombra onde possa descansar. Uma dica é levar o seu amigo de 4 patas para locais que aceitem animais, como hotéis, parques, shoppings ou praias “Pet Friendly”.

Mas que será que existem outros perigos e cuidados a ter com o seu animal de estimação no verão? Sim claro que sim, por exemplo, é muito comum no verão fazerem-se churrascos!! Mas já pensou em como isto pode constituir um perigo para o seu cão?

Quando utilizar uma churrasqueira assegure-se que o seu cão se mantém a uma distância de segurança do grelhador, assim poderá garantir que ele não tentará lamber ou comer os alimentos que estão a ser cozinhados. Mesmo depois de todos os alimentos terem sido grelhados, deve manter o seu cão à distância porque ele pode sentir o cheiro dos alimentos e tentar comer algum resto que tenha ficado na grelha, podendo queimar a boca e a língua. 

Se está a planear ir de férias com o seu cão, leia o nosso artigo sobre Praias Portuguesas para Cães. 

VIAJAR DE CARRO 

Infelizmente acidentes com animais fechados dentro de carros ou esquecidos nas varandas são mais comuns do que o que gostaríamos de imaginar.  

Antes de mais, e sempre que possível, evite deixar o seu animal dentro do carro. Pode não saber mas a temperatura no interior da viatura sobe muito num curto espaço de tempo. Num dia em que a temperatura ambiente ronde os 25ºC, a temperatura que se faz sentir dentro do carro é de 40ºC, em apenas alguns minutos. Deste modo, se tiver mesmo de deixar o seu animal dentro da viatura, faço-o por um curto período de tempo e garanta que existe ventilação e circulação de ar.

Também as varandas são um local comum de perigo. À semelhança do que acontece nos carros, também aqui há que garantir certas condições mínimas, como uma sombra para que o animal se possa proteger e água fresca e limpa. 

De todas as formas, caso se depare com animal em perigo devido ao calor intenso, deverá contatar as autoridades locais. 

QUEM MAIS SOFRE COM O CALOR? 

Regra geral os animais que mais sofrem com o calor são:

  • Os cães de focinho curto, com pelagem longa ou que estão acima do peso;
  • Os cachorros e os cães mais velhos também tendem a ser mais sensíveis às altas temperaturas do verão;
  • Cães adultos que se tenham mudado recentemente de climas mais frescos;
  • Animais com pelagem muito forte e espessa ou cães com alguma doença cardiovascular ou respiratória;
  • Raças com vias respiratórias mais estreitas, como por exemplo os Buldogue, são particularmente propensas a sofrer com o calor. 

Se está preocupado com os efeitos do calor no seu cão, deve procurar aconselhamento junto do seu médico veterinário para ajudar a evitar potenciais complicações. 

Esperamos ter ajudado a perceber alguns dos cuidados a ter com o seu animal de estimação no verão!
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